Este post é o segundo de uma série de reportagens sobre a evolução do soccer. Se você não leu a primeira postagem, clique aqui.
A impressão que ficou durante a Copa do Mundo de 2014 é real: os americanos estão sim mais interessados pelo futebol jogado com os pés. Mas apesar de só ter sido notada pelo Brasil recentemente, a paixão já vem crescendo há tempos no país onde o "football" é um esporte jogado com as mãos. Enquanto pelos mais variados motivos os brasileiros perdem interesse no campeonato nacional, o resultado positivo do empenho dos americanos pode ser visto nos campos e arquibancadas e comprovados pelos números da Major League Soccer (MLS).
Torcida americana invadiu cidades do Brasil na Copa do Mundo |
A reviravolta relacionada ao futebol começou em 2007, quando um ano após uma participação desastrosa dos EUA na Copa do Mundo da Alemanha, o Los Angeles Galaxy anunciava uma transferência galática. Era a chegada de um campeão da Champions League, hexa-campeão da liga inglesa (Manchester United) e campeão da liga espanhola (Real Madrid), a celebridade inglesa David Beckham. A presença do galã impactou o "futebol americano" de modo inclusive a interferir no regulamento da liga americana, mas o principal objetivo da contratação do exímio cobrador de faltas era impulsionar o esporte no país.
Em certa medida, a estratégia pode ser comparada à ida de Pelé para o NY Cosmos, em 1975, quando havia menos de 10 anos de uma tímida popularização do futebol profissional no país. Após o Rei, grandes craques da época, embora em idade mais avançada, também rumaram para os Estados Unidos, como Yohan Cruyff, Geroge Best e Rodney Marsh. Alguns, inclusive, foram parceiros de Pelé na equipe novaiorquina, como o também brasileiro Carlos Alberto Torres, Franz Beckenbauer e Giorgio Chinaglia.
Pelé e Chinaglia (9), duas das estrelas do NY Cosmos em 1977 |